Em seu artigo de 8 de dezembro de 2010 no jornal The New York Times, intitulado “Kung Fu for Philosophers” (Kung Fu para Filósofos, em tradução livre), o Prof. Peimin Ni comenta o pendor ocidental para o “logocentrismo”. Ironicamente, a própria palavra “logocentrismo” é um artefato logocêntrico que pede de cada leitor sua própria decodificação e remodelagem.
Será que a palavra é a mesma para todos os leitores? E mais: será que ela conduz igualmente a todos a ideia daquilo com o que tal logocentrismo contrasta?
Eis que me incumbo de escrever sobre o tempo em que estive na presença de Grão-Mestre Leo Imamura durante a Visita Oficial da Liderança da MYVTSG à Família Moy Ka Lai To, liderada por Sifu Monnerat, no ano de 2024.
E eis que esta incumbência me defronta de novo com a palavra “logocentrismo” e a (quase) impossibilidade expressa por ela sobre escrever a experiência de conviver, em toda sua grandeza e todas as suas minúcias.
Nalguns momentos, quem mais pode com as palavras é a Poesia, ao fazer elas brotarem e fluírem, preenchendo com elas as pequenas frestas e os infinitos oceanos de significados. Convido assim o Poeta para verter meu tempo com Sigung com sua “água que nasce na fonte serena do mundo, e que abre um profundo grotão”.
Frederico Tavares, Membro Convidado, Hok Saang de Sifu Monnerat.
Frederico Tavares
Meu Tempo com Sigung